domingo, 11 de janeiro de 2015

- VIOLÊNCIA


SARCASMO E IRONIA: AS DUAS MELHORES ARMAS CONTRA A ESTUPIDEZ HUMANA






Einstein teria dito que: “existem apenas duas coisas infinitas, o universo e a estupidez humana.. mas para o universo não tenho certeza absoluta”. Lembrei-me desta frase quando me deparei com uma notícia esta semana, publicada no jornal Diário Gaúcho: “Nunca houve tantas mortes violentas na Região Metropolitana (Porto Alegre-RS) como no ano que passou. Foram 1.442 homicídios, um aumento de 26,5% em relação a 2013”. Interessante esta notícia pois nos últimos quatro anos fomos agredidos com estatísticas bizarras e ridículas vindas dos órgãos responsáveis (ou irresponsáveis) do governo informando que os homicídios estavam diminuindo. Aliás, que a violência estava diminuindo. Se existe uma coisa que médico legista faz bem é contar cadáveres.. e melhor ainda contar número de tiros que cada cadáver recebe. Com um aumento constante de corpos vítimas da ação de projéteis de arma de fogo e uma média de três tiros por cadáver que chega baleado ao necrotério do DML fico intrigado ao ler e ouvir relatos oficiais informando que está ocorrendo um aumento no número de “encontro de cadáver” e de “suicídios”.. Realmente Einstein tem razão. Quando as estatísticas jornalísticas retratam de forma mais confiável a nossa realidade do que os dados oficiais algo está fora de controle. E não são os números, pois estes são apenas manipulados pelos interesses políticos. Por outro lado, estamos na metade do mês de janeiro, com temperaturas diárias compatíveis com o calor de Porto Alegre no verão, e desde o final do ano passado os aparelhos de ar condicionado do necrotério do DML estão estragados, sem previsão de conserto. Talvez este conserto venha ocorrer em março, quando o verão acabar. Alguém consegue imaginar o que deve ser trabalhar no cenário de um necrotério, emoldurado por temperaturas de 40º C, moscas em profusão e odores desagradáveis? Melhor não tentar. E certamente esta notícia não sairá no Diário Gaúcho. Necrotério não é notícia. Mas qual a relação que existe entre o descaso com o necrotério do DML e as estatísticas manipuladas da segurança púbica? Tudo e nada. Tudo, porque o que temos aqui são dois exemplos de como funciona um sistema doente, manipulados por quem não quer que a doença apareça, e maquiados para transparecerem que tudo está funcionando. E nada, pois independente da importância dos dois fatos, as estatísticas continuarão sendo manipuladas e os funcionários do DML continuarão trabalhando em condições indignas, desprezíveis e execráveis. Mas é bom parar por aqui, pois quando uma verdade ultrapassa cinco linhas vira um romance. E ninguém agüenta mais romances chatos. A charge fica por conta do momento.