sábado, 14 de março de 2015

- VIOLÊNCIA



- PARA QUE PRECISA DE POLÍCIA?


Quinta-feira, à noite, no trajeto para casa paro em uma sinaleira, e como sempre faço, fico na faixa do meio, pouco antes do semáfaro. À minha direita, um pouco mais a frente para um carro vermelho, e em seguida cruza uma moto, com dois ocupantes de capacete, que se posiciona a minha frente e ao lado do carro vermelho. Uma cena sem importância até perceber que do lado do motorista, no carro vermelho, se projeta uma mão, empunhando uma pistola que aponta diretamente para o piloto da moto. Numa sequência rápida, mas sem precipitação, o motorista do carro desce com pistola fixamente apontada para o piloto, aproxima-se da moto, tira a chave da ignição e colocando a outra mão na cintura do piloto retira deste um revólver. Na mesma cena, mas em movimento paralelo, pela outra porta do carro desce uma jovem também com uma pistola na mão, e rapidamente direciona sua pontaria para o segundo ocupante da moto. Neste momento reconheço a jovem como sendo uma das minhas alunas no último curso de formação de inspetores da Academia de Polícia. Os ocupantes da moto são conduzidos até a calçada enquanto sou orientado por um sinal a ficar parado. Quando todos chegam a calçada sou então liberado para seguir em frente. E assim, até chegar em casa consegui refletir sobre dois sentimentos. O primeiro, de segurança. Pelo menos naquela noite, alguém não será assaltado, assassinado ou terá um revólver apontado para sua cabeça (como já aconteceu comigo) enquanto se dirige para casa após um dia de trabalho. Infelizmente, nos dias seguintes provavelmente a “justiça” já os terá colocado na rua, mas nesta noite ao menos, nós teremos um pouco mais de chance. E o segundo, de orgulho. Orgulho por ter participado na sua formação e orgulho por vê-los fazendo seu trabalho de forma tão eficiente. Acabara de presenciar uma ação rápida, eficaz, executada com mínimos riscos colaterais, por parte daqueles que estão na rua para garantir a nossa segurança. Para os idiotas, interesseiros ideológicos ou alienados que não sabem para que precisamos de polícia fica a resposta no próprio lema da instituição. Nós precisamos deles para “servir e proteger” a todos nós, mesmo os que não os consideram. Parabéns aos jovens anônimos policiais que estavam naquele momento, naquele local. Vocês me protegeram e a todas as potenciais vítimas da violência destes marginais, naquela noite, e que ironicamente não tem a mínima noção do que vocês fizeram por elas. Há certa glória no anonimato.