domingo, 23 de agosto de 2015

- VICISSITUDES PESSOAIS


- POR QUE AS OPORTUNIDADES PASSAM?




Gosto de pensar sobre fatos analisando os seus valores e isto faz com que eu crie algumas “teses” sobre este universo em que estamos inseridos. Por exemplo, uma das minhas teses favoritas e mais comprovada, é a de que todos os dias devemos considerar sobre o que o mundo lá fora fará hoje para me prejudicar. Isso mesmo. Todos os dias, quando acordo pela manhã sempre me intrigo com este pensamento. Mas sigo pensando: “o que o mundo fará hoje para me ferrar”. Pode parecer um tanto paranoico, mas na medida que o dia vai passando consigo identificar mais consequências do que oportunidades. Tudo bem que alguém já disse que “no mundo não existem prêmios nem castigos, apenas consequências”. Mas também é fato que estas consequências são resultado mais das nossas defesas do que das possíveis iniciativas. Ouvimos muitas opiniões e enxergamos algumas perspectivas. Mas as oportunidades são raras. Isto talvez seja o maior estímulo a permanecermos na chamada “zona de conforto”. O interessante é observar que estas oportunidades não vêm do acaso, mas são patrocinadas por alguém. Em algum momento, em algum lugar alguém nos dará uma oportunidade. Claro que nesta oferta está implícita uma cobrança, afinal nada é de graça. Portanto, o aproveitamento de uma oportunidade passa por três obstáculos. O primeiro é identificá-la (não estamos acostumados com pessoas nos oferecendo oportunidades); o segundo é vencer a desconfiança sobre qual o real interesse de quem a oferece (nos preocupamos muito com o ganho dos outros); e o terceiro é a capacidade de interpretação desta oportunidade como um desafio e não como um problema. E o pior, quando surge alguém com uma oferta, assumimos o risco de vitimá-la pelo nosso medo de frustrações e pela nossa nefasta tendência a acomodação. Todo este discurso na realidade é para manifestar a satisfação que sinto quando visualizo uma “tese” sendo transformada em um roteiro, simples e de fácil entendimento. Admiro quem consegue tornar algo que pensamos em uma narrativa que nos emociona. Afinal, tornar o óbvio algo interessante é uma prova de genialidade. E isto ocorre em um filme: “A Vida Secreta de Walter Mitty”. Sabe aquele filme despretensioso, que você pega para assistir apenas para passar o tempo e de repente ele te dá um soco no estômago? Pois este é um exemplo. Trata-se de um filme sobre uma pessoa mediana, numa vida medíocre e inserida num mundo cruel, que subitamente se depara com uma oportunidade. Aquela muito rara, que nós ficaríamos com uma certa tendência a negá-la e que provavelmente, se pensarmos um pouco, já deve ter passado pelo menos uma na nossa frente. Neste caso, ao contrário da maioria, a opção da personagem é pelo mais difícil. E vale o resultado, pelo menos no filme. Uma história que nada mais é do que uma metáfora sobre a vida de cada um de nós, com uma trilha sonora sensacional (o melhor do filme) e uma fotografia deslumbrante. Fica a dica. O mundo quer nos ferrar diariamente. Mas em algum momento, alguém vai nos oferecer a oportunidade de fazer o diferente. Observe mais os valores do que os fatos. E tome a decisão correta. Para viver uma vida criativa devemos perder o medo de estarmos errados. Não espere pela certeza para tomar uma decisão. Ela não virá, assim como provavelmente uma nova chance também não.